sábado, 27 de fevereiro de 2010

INQUIETA, TONTA E ENCANTADA


Após nove ou dez conhaques

Acordei qual uma flor

Sem Engov nem ataques

Nem senti tremor

Homem sempre me aparece

Geralmente bem me dou

Mas um meia boca desses

Me desconcertou

Tinindo estou, curtindo estou

Criança chorando e sorrindo estou

Inquieta, tonta e encantada estou


Sem dormir, não tem dormir

O amor vem e diz: não convém dormir

Inquieta, tonta e encantada estou


Me perdi dominada e daí errei sim

Ele é uma piada, piada solta em mim

Ele é o fim e até o fim

Vou tê-lo para vê-lo com fé no fim

Inquieto, tonto e encantado também


Vi demais, vivi demais

Mas hoje eu já adolesci demais

Inquieta, tonta e encantada estou


Niná-lo eu vou, no embalo eu vou

Um dia na pele grudado eu vou

Inquieta, tonta e encantada estou


Ao falar ele sente travação, timidez

Mas horizontalmente, falando ele é dez

Perplexa e fim, conexo enfim

Com graças a Deus muito sexo em fim

Inquieta, tonta e encantada estou


Ele é tolo, mas um tolo

O seu charme as vezes tem

Em seus braços eu me enrolo

Que nem um neném
Caso é aquela coisa louca

Nem dormindo eu estou

Desde que esse meia boca

Me desconsertou...


Sensata enfim, constato enfim

Sua baixa estatura de fato enfim

Inquieta, tonta e encantada não mais

Doeu demais, rendeu demais

Você ganhou muito e perdeu demais

Inquieta, tonta e encantada não mais


Tive um surto dispéctico

Mas viver já não dói

Tenho peito antiséptico

Desde que você se foi
Romance, finis

Sem chance, finis

Calor a invadir o meu colã, finis

Inquieta, tonta e encantada não mais